Claro que em buscas de novas possibilidades, os organizadores decidiram dividir o evento em dois dias, o que eu achei um tanto megalomaníaco da parte deles e claro, o resultado foi um fiasco. Sexta-feira o Anhembi estava às moscas e na porta era possível comprar ingressos por R$ 20,00 e eu, que até então estava de mãos abanando, ganhei 12 ingressos de última hora, o que fez eu animar os amigos irem até lá para ver o esperado show do MSTRKRFT, que não rolou.
Entendo perfeitamente que qualquer evento possa ter problemas com suas atrações contratadas, mas também acho que o mínimo de respeito é informar ao público que devido a problemas a atração não vem. Na quinta-feira a organização informou que o Costello não tocaria e a essas alturas o problema do MSTRKRFT já estava em voga, já que eles não tinham conseguido o visto e voaram direto para Buenos Aires, onde tocariam no sábado. Na sexta "parece" que eles conseguiram o visto e tentaram voar em vão para o Brasil, mas o aeroporto estava fechado, o que eu não consegui averigual se de fato ocorreu. De qualquer forma, se o aeroporto estava fechado a organização já tinha conhecimento de que eles não viriam, porém em nenhum momento avisou o ocorrido fazendo com que muita gente que foi até o Anhembi ficasse até às 8h da manhã na esperança de que eles entrassem no palco a qualquer momento. Não apareceram e ninguém sequer se deu ao trabalho de informar.
Achei um baita desrespeito, mas se o evento já foi um fiasco sem avisar que eles tocariam, imaginem se estivessem avisado com antecedência? Só eu e meu grupo já não iria até lá. E isso implica em decepção e antipatia pelo festival. Alguns amigos que compraram os ingressos tentaram com a organização o reembolso do dinheiro do ingresso e um rapaz que informou ser o produtor executivo riu da cara de todos dizendo que se estavam indo embora àquela hora é porque estavam curtindo a festa. O que ele não entendeu é que todos tinham ido para lá no final da madrugada apenas para ver o MSTRKRFT. Sei que Nathan Fake, Gui Boratto e Afrika Bambaata levou alguns até o local, mas não era o caso deste grupo. Depois de muita irritação ele pegou o contato de uma amiga e disse que vai resolver o problema. Vamos ver se desta vez vai rolar algum comprometimento, que até o momento foi zero.
Eu também queria ver Afrika Bambaata. O show começou mais ou menos no horário, porém eles levaram meia hora para deixar o som do jeito que queriam, enquanto isso o MC ficou cantarolando com o público, que em 15 minutos começou a deixar o local pela falta de música
e se lançaram em outras tendas, mas também sem muito sucesso. Sei que a grande atração da noite foi o 2020 Soundsystem, que foi bem elogiado por quem assistiu. Com o Bambaata eu curti 40 minutos da apresentação que durou uma hora.
A volta para casa foi frustrante, já que o sol já estava alto e seria um dia perdido tentando recuperar o sono. Antes, porém, meus amigos procuraram a organização do evento para pedir o dinheiro do ingresso de volta, já que tinham ido até lá apenas para ver o MSTRKRFT. O atendimento foi ridículo, pois além de sonegarem informações, ainda tivemos que aguentar o sarcasmo do rapaz, que se apresentou como produtor executivo do Skol Beats, que questionou se o evento tivesse sido ruim porque estaríamos indo embora àquela hora. Será que ele sabia o horário das atrações? Afinal jogaram MSTRKFRT para às 7h da manhã, então se fomos assisti-los por que não estaríamos ali naquela hora? Depois de muita discussão é que ele enfim se mobilizou (antes de dizer "vocês sabem o que aconteceu em Buenos Aires?" e "me livrem dessa"). Não me interessa o que aconteceu em Buenos Aires, me interessa é porque o Skol Beats não informou que eles não tocariam. Agora vamos ver se haverá algum comprometimento no retorno que ele ficou de dar para ressarcir o ingresso dos que compraram.
No sábado metade da turma desistiu de ir. Eu queria muito ver SMD, então me lancei à sorte. Desta vez cheguei cedo, pois queria também assistir a estréia do MixHell num evento maior e ver Crystal Method. Me surpreendi com a performance do MixHell, que fez um set bem agitado e nos presenteou com o Iggor fazendo o que sabe fazer melhor: tocando bateria. A galera foi ao delírio e eu me emocionei! Foi lindo. O set foi recheado de disco-punk e electro que incluiu Justice, Nine Inch Nails, Klaxons, LCD Soundsystem.
Dei uma passada no Laurent Garnier, que estava lotado, mas não fiquei muito. Voltamos para o Stage e o Crystal Method estava entrando. Foi contagiante. Eles tocaram sem banda e fizeram bonito. Tocaram vários hits, entre eles "Smack my bitch" do Prodigy, "Gravity's Rainbow" um remix do Soulwax e fecharam com "Killing in the name" do Rage Against the Machine, que quase levou o chão abaixo.
O show do SMD começou com atraso e o dia já clareava. Eu estava bocejante com a atração anterior e só me animei quando a dupla (fofíssima) entrou no palco. O set foi impecável e claro, tocaram vários de seus remixes como "Windowlicker", do Aphex Twin; "Magick", do Klaxons; "The prime time of your life", do Daft Punk; "Gravity's rainbow"; do Klaxons remixado pelo Soulwax; fizeram uma colagem de várias músicas incluindo "Let's make love", do CSS e suas próprias músicas "Hustler", "We are your friends" (original!!! não tocaram o famoso remix feito pelo Justive, o que eu achei genial) e "I believe".
De qualquer forma, está na hora dos organizadores reverem o festival, porque no formato atual ele não está funcionando. Hoje o que eu considero um modelo perfeito e atual é o Nokia Trends. Talvez seja hora de olhar para o lado e aprender com quem sabe fazer bonito, afinal festivais são sempre bem vindos.
Um comentário:
Oi Lalai,
Que legal você ter respondido meu comentário do outro dia ;)
Mas vou jogar lenha aqui na sua fogueira.
Além do seu texto, li várias reportagens sobre o Skol Beats, e de maneira geral todo mundo disse o mesmo.
Eu não fui até porque já cansei desses eventos multitudinários exatamente pela falta de organização e estrutura.
Quanto a falta de respeito, o que acontece é que, infelizmente, esse evento é realizado no Brasil. Imagina se a atração principal do Coachella não chegasse? Você acha que o público ia deixar barato?
No way!
Só que das quase 40 mil pessoas que passaram pelos 2 dias de eventos, você e seus amigos devem ter sido os únicos que foram reclamar pelos seus direitos.
E aí o que acontece? O engraçadinho vem com essa de "se ficou até agora é porque gostou".
Por mais que o código de defesa do consumidor nos dê respaldo, nessas horas acabamos morrendo com a grana a amargando a decepção de não ter visto quem nos levou até o evento.
Mas não se encha de esperança quanto a devolução da sua grana, no máxinmo eles vão te dar um vale-breja pro próximo Skol Beats.
blergh!
Aproveite o espaço e seus contatos na noite e arrebenta com a organização do evento.
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